Apenas espero o sorriso
me vendo como alívio
Que se dá como verdade
Seu trato de posse
Não quero um retrato
um recado no passaporte
Meu carinho daquele jeito
E minha reciprocidade?
Entre boêmios o homem espreita
Sem duvidar dessa sua certeza
Enterra o passado na sola do pé
E derrama sua desperdiçada vida
Vivida, desmedida na lata de Golé
Morre de ataque ao ver que na lida
O misere que vivia fazia do seu lar
Uma grande montanha, até fico sem ar
De contar tamanha desventura vivida
Na altura da infelicidade ele resistia
Não querer mais o palco e trazia vazia
A mala velha que antes bem guardava
Narizes de palhaços que ele já vestira.
Não contente com a vida de artista
Saiu do picadeiro como pipoqueiro
E virou bandido. Sofrido o coitado
Pela vida foi afoitado e mau jurado
Prejudicado por sua própria atitude
Não tinha no peito o coração de antes
Que perante o instante não se julgava
O homem de outrora e não encontrava
O meio disso tudo no homem de agora
O homem quis ser palhaço dessa vida
Deixou pra trás a fantasia de homem
Queixou do ontem dizendo onde jazia
Não estava a mais de alguns metros
Daquele terreno baldio do outro lado
Pela tenda já não estava mais ocupado
E o palhaço que era homem de fato
A seu risco fantasiou-se de homem
E viveu o resto do fim sendo palhaço
Seu blefe só tinha um problema...
Seu Altivo sempre acertava.
Das crianças nos dias de final de semana correndo e se espatifando pelo pasto, com espinhos no pé e mangas na mão, mulheres habilidosas com seus temperos mineiros todos misturados como um sangue de familia, da prosa curiosa e sempre bem iventada que Altivo contava ao anoitecer, sendo a atenção desviada apenas pelos tapas que dava-mos quando as muriçocas nos picava.