quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Maquina do Tempo






Encarou corrente a cada passo
Brilhava em contos mudos
Sem contar na vida esse atraso

Não esperava o sol do dia
Não encontrava mais alegria
Só se via feliz no seu passado

Passara a noite pensando
Como voltar não sonhando?
- Quero viver aquilo novamente
O que já me lembro esvai da mente

Ferozmente em um impulso
Controlando entre os dedos
Quatro dedos de Amstel Gold
Na mão uma bebida estilo "Old"

Desceu até o porão onde guardara
Ferramentas, cabos, fios, indecência,
Amores, tesão e uma morte q o amargara
E que Muitas vezes o deixara em decadência.

Deixou o copo ali, em uma bancada
Saiu daquela despensa de passado
Aos tragos subiu rapidamente a escada
Pegou cartas que ela escreveu "meu amado".

Juntou fios, conexões, fitas, resistências...
Caixas e caixas de coisas, de Ciência.
Organizou tudo com carinho e cuidado
Testou ligações. - ficou de muito grado!

Enfim, estava pronta aquela experiência
A grande e esperada volta ao passado
Bastava fazer ligar o botão da Ciência
apertou, numa faísca, conseguira seu fato!

O tempo, como raio ficou cada vez mais lento.
O silencio tomou conta dos seus pensamentos
Já não existia o tempo para aquele apaixonado
Pois a partir daquele aperto, morrera eletrocutado.


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Aprendiz sem Talento



Quando sabemos de nossa culpa
Não podemos impedir que alguém se vá
Quando respondemos por nossos erros
não evitamos o que a consequência trará

Basta assumir que a vida é pra aprender
Que não podemos brincar com o momento
Temos de agir com amor mesmo em sofrimento
Pra ter novamente uma nova chance pra reacender.

Tive a chance de um grande amor
Não soube ousar para buscar ser feliz
perdi parte de algo que todavia busquei
Novamente me fiz na vida um mau aprendiz

sábado, 5 de novembro de 2011

Síndrome de Ícaro



Se quer ir, vá!
Não se importe com o presente
A certeza do futuro está a frente
Se quer ir, então vá!


Não desposei seu consentimento
Não ignorei seu pedido de ajuda
Pendurei na orelha o ramo de arruda
E guardei na fissura meu sentimento


Se quer ir, vá!
Já que da sua boca ouvi
Palavras carnais hostis
Se quer ir, vá!


Viver seu sonho
Dentro da mente
Inconsequentemente
Ela, mente, apenas.


Se te jogares no ar
Verás a ti sem penas
Na queda livre gozar
Trinta segundos apenas


Se quer voar, voe
Mas lembre-se
Somos humanos
Mal sabemos nadar

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Coisa de Gente Grande




Estranho é o homem
Quando livre
Quer gaiola

Estranho é o homem
Mesmo engaiolado
Quer Voar

Estranho é o homem
Que vê a porta aberta
E não quer saltar

Mas é estranho, o homem.
Quando ele salta
Já quer se engaiolar.

domingo, 23 de outubro de 2011

Despedida para um dia melhor







Bom dia amor
Sei que parte por precisar
Mas ponha sua bagagem um pouco aí
No chão, puxe a cadeira e senta aqui...
Pra conversar

Vamos tomar uma dose de café
Faça como tem costume!
Acenda mais um cigarro.



Dê alguns tragos...
Hoje gosto que fume.

Eu sei que é para eu me cuidar antes...
Segue aí, que sigo aqui, eu entendo.
O norte e o sul estão distantes,
Mas sempre se encontram por dentro

É bom você sorrir,
Melhor do que te ver partir
Isso se torna a recompensa do adeus
Um minuto de silencio e se esqueceu?

Nossos planos saíram do eixo
Mas sabemos como anda a vida
Não é de trilhos, nem rodovia.
Mas é como o vento desleixo

E mesmo o vento desleixo
Sopra hora longe, na contramão.
Hora sobra com muito efeito...
Sem hora novamente na mesma direção
Ou não.

Assim a doce menina responde:
- Estou partindo, mas levo você no coração.
- Isso, o vento não leva não.


(Rogério Costa)

Poema em homenagem a uma grande despedida.

sábado, 29 de maio de 2010

Até as 3:30

Como conquisto sua lealdade?
Apenas espero o sorriso
me vendo como alívio
Que se dá como verdade

Não espero contrato
Seu trato de posse
Não quero um retrato
um recado no passaporte

Do gozo alheio de outras
Desejo conhecer seu cheiro
Sua saliva, suor, fio de cabelo
Encarnando nesse meu peito

Dedico um intenso sexo
Corpos suados e calorosos
Obscenos, mas amorosos
Instintivo como um reflexo

Minha liberdade escancara
Na forma de amar a esperança
Sentindo todo seu calor vital
Dentre suas pernas e entranhas

Já frio por tanta experiência
Que acende com excitação
Quando ouço aquela canção
Que mexe com nossa essência

E te ver rir com uma piada
Que lembrara sua infância
E ver que a vida é um segundo
Baque destinado à esperança

Dedico algumas horas
Desse calor, amor, tesão
Certidão do que interessa
Mas não faremos depressa

Aguentaremos uma soma
De tudo que sofremos
Da vida que prega peça
Nesse rito nos comemos

Com a fome do leão
Devorando a presa
Dentro da certeza
De que não há outro dia

Gozaremos nossos sonhos
Na carne de ambos
Sala, quarto, jardim
Nos gritos, riscos, beliscos

Sem regra no poema
Do ventre, a contração
Sem limites na transa
Do membro, a pulsação

Aceita como pagamento
Meu respeito à sua liberdade
Meu carinho daquele jeito
E minha reciprocidade?

sábado, 8 de maio de 2010

O dia mais longo desses dias curtos


O relógio é lento
Tudo traduz o tempo
Momento de solidão
Pensamento vão

Passa o dia contando
Segundos de ilusão
Perdendo o presente
sem tal pretensão

No fim da tarde
Vê que nada fez
A não ser o alarde
De se imaginar feliz

E o tempo acabou
Nada chegou
Nada desfez

E dormiu outra vez