quarta-feira, 2 de setembro de 2009


As recordações de um passado sem historia.



Abro a porta...
Dentro de um apartamento
Coloco na estante empoeirada
Parte de mim, algo que não importa

Vejo em um porta- retrato vazio
O que poderia ser de nós dois,
Se algum dia nós fomos só um,
Se algum dia fomos um!

As recordações que não vivi
São duras demais pra mim.
Quem dera fosse nós dois
A sofrer por tão pouca coisa, pois...

Vejo na cama vazia...
Dois travesseiros,
Um edredom e uma foto
Que podia bem ser sua.

Mas não há fotos para recordar,
Não há cheiro para eu relembrar,
Nem o beijo que sempre sonhei em te dar...
Mesmo sonhando me deixando sem ar.

Vejo na janela um mundo aberto
Um peito cheio, coalhado de liberdade...
Uma mente aberta cheia de sonhos,
E na vida uma solidão, coração vazio na verdade...

Que não se dá...
Que não se tem...
Que não se quer...
Que não te acha...

Um comentário:

  1. Ê poeta, suas aliterações formam uma métrica muito boa, aliás, o uso de figuras de linguagem neste poema ficou show de bola! E o assunto é algo que toca a todos! Mais uma vez: MANDOU BEM!

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