terça-feira, 8 de setembro de 2009

Humanos e os mundos possiveis - Rogério Costa

O caso de Antero - Paredes de Bordel


Antero em seu leito,

No deleite da dor descoberta

Revela Dianna após o feito

O pranto (ou encanto) da morte certa:


- Acho que tenho AIDS... (Sussura Antero)

Daqui, dessas paredes pra fora

Em mente pretendo viver...

O dia é muito grande pra isso conter.


Livre do mundo lotado de gente

Amarei a todas prostitutas

Deusas desnudas indecentemente

Amá-las-ei sexualmente.


- Acho que tô surtando Antero!

Temo tudo ditado nesse sonho

Já nenhum carinho eu pondero

Nada dessa vida já eu quero.


Dias que não vejo o mundo...


Dias de morte - entreguei-me ao seu gozo

Dias de paz - Já não tem seu doloso dorso


- Partindo de nós! (Diz Antero ao fundo).


- Jaz é noite Mulher! Durma um pouco.

Se for a morte traga-me um trago...

Deixo-te em carne viva o meu gozo

E levo à tumba a cicatriz do teu cigarro.


- Mulher!


- Quero ir a morte condenando-a

Mordendo desejos,

Bocejos na manhã,

E os cães raivosos rodeando


Até desistir de amar...

E você os viciando

Aprontando com seu sexo

Distorcendo sua dor...


Calando tua voz

O matando lentamente

No sereno dessa vida

Do amor sobrevivente

4 comentários:

  1. Fantastico cara!!

    um dos seus melhores textos sem dúvida!!!

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  2. Você é o poeta mais poeta que conheço.

    Adorei!

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  3. Pode se considerar poeta de alto nível de vez!
    Poema bom toda vida esse seu, viu? Orgulho-me em ser sua amiga!

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